Se tem algo que me encontro
incapacitada de entender, esse algo é o conceito de “preconceito”. Preconceito
é algo como uma desculpa em onze letras para a sociedade poder julgar alguém
pelo que esse alguém aparenta ser. Uma pintura de Pablo Picasso também parece
uma guerra entre esqueletos possuídos pelo espirito de um cão raivoso, no
entanto, bem interpretada fala sobre o massacre na Coreia. Tudo transmite algo,
todos nós temos uma mensagem. Somos uma pintura de Picasso, nunca somos o que parecemos,
somos mais para além das cores na nossa tela.
Alguns de nós pertencem à “fase
azul” de Pablo Picasso, outros á “fase rosa”, alguns com histórias complexas,
outros nem tanto.
Todos nós somos mais de que a
quantidade de melanina na nossa pele, o telemóvel na nossa bolsa, a marca do
nosso carro, ou alguém pelo qual nos apaixonamos ou o país em que vivemos.
Porém, é assim que a sociedade pinta a nossa tela. Alguns pintam palavras feias
a tinta vermelha. As vezes, nós próprios o fazemos por acharmos que talvez eles
estejam certos.
O problema foca-se no que os
pensamentos sobre nós nos fazem sentir. Ninguém pode definir-nos para além de
nós mesmos. Ninguém vive a nossa vida. Por mais que tentemos cobrir as palavras
feias, o preconceito e os padrões sociais nos quais 99,9% das vezes não nos encaixamos,
a tinta vermelha é difícil de ser tapada.
Então, muitas vezes pessoas foram
cruelmente pintadas de vermelho, bulling, é assim que se denomina. Bullyng, causa
depressão e pode fazer com que a tela rasgue, pode deixar que a tinta vermelha vença.
Quem é tão perfeito ao ponto de poder julgar os outros? Deus, nunca julgou
ninguém e não seria ele o que possui esse poder? Ele nunca o fez.
Então nunca o faças, todos nós
temos defeitos, todos nós somos uma tela, se for para pintar alguém, deixa de
lado a tinta vermelha, pega em aguarelas e pinta flores, pinta poesia, pinta
historia, pinta como gostarias de ser pintado.
Texto de;
Teresa Martins (a minha filha mais nova,13anos)