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Ao passar Penafiel, pelo lado direito do Sameiro,
Descemos para Milhundos… estamos no caminho certeiro.
Chegados a Duas Igrejas, seguimos para o Alto de Perafita
Contemplamos uma vista deslumbrante…deveras bonita!
É quando começamos a descer, depois de passar Luzim,
Que Vila Cova aparece, chegamos ao destino por fim…
Abragão, terra ancestral, pela margem direita do Tâmega beijada,
Tuas gentes trabalhadoras e humildes são a tua espada.
Quintas e casas senhoriais são prova de que, no passado,
Trabalhar para os “senhores” era a vida…era um fado!
Nas encostas deste vale, mora uma beleza sem igual…
Teus campos verdejantes e tuas vinhas dão-te um ar magistral.
Tua riqueza, hoje em dia, sai das entranhas milenares
Que escondem a bonita pedra que embeleza muitos lares.
És hoje uma Vila moderna que exulta de virtude,
Que tem como patrona a Nossa Srª da Saúde…
Setembro é o mês desta enorme e transcendente romaria
Que enche as tuas gentes de orgulho e alegria.
Há umas décadas atrás adorava participar
Nas vindimas, na matança do porco…era a tradição a imperar!
O progresso terminou com estas e outras tradições,
Sinais de outros tempos no país de “Camões”.
Até o rio de outrora tem hoje outros sinais…
Mais parece uma lagoa, centro de desportos radicais.
Habitações de muitos andares pintam ali e acolá
Uma paisagem em mudança… rumo ao amanhã (sabe-se lá…)
Contudo não deixas de ser uma Vila encantada e bonita
Que gosto de visitar… és um regalo para a vista!
A calma com que o tempo parece passar
Dá descanso, a alma ajuda a meditar…
Com uma descendente de tuas gentes acabei por casar…
Aprendi a ir visitar-te e por aí ficar…
Jorge Martins