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De careca luzidia, que mais parecia encerada,
Era um homem de família, que eu adorava.
Taqueiro de profissão, por todos respeitado…
Conhecido pela bicicleta azul e seu atrelado,
Entre os anos 60 e 80, entacou muitas habitações.
Trabalhava arduamente, não tinha ilusões…
Nas férias de escola, gostava de o ir ajudar…
Era muito meu amigo, levava-me a lanchar
Íamos à “tasca do Araújo”compor o papinho
Com doces de champanhe, molhados numa tijela de vinho…
Não era divinal, mas ele sabia o que eu queria
Apreciava o momento, gostava da sua companhia
Fizemos muitas obras juntos e, na hora de receber,
Era incapaz de cobrar a mais (“não podia ser”)…
Pouco importava que fosse pobre… queria ser honrado
Essa coisa de ser rico não lhe estava destinado
Aos Domingos, almoçávamos todos em sua casa…
Gostava de sentir a família debaixo da sua “asa”
A época, em que adoeceu, não gosto de recordar
Prefiro lembrar o tempo de trabalhar!
Por “Barbosa Taqueiro” ficou conhecido
Tenho tantas saudades deste meu amigo…
Sempre que falo nele não consigo evitar
A lágrima no canto do olho, a vontade de chorar…
“Não tinha muita fé” em tudo o que era moderno
Foi sempre muito humilde… este meu avô: o materno!
Jorge Martins
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